quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NOVOS PESQUISADORES - Daniel Pitanga e o Teatro do Concreto


Trilha sonora e processos musicais na peça Diário do Maldito

A música como elemento componente do fazer teatral tem importantes funções na condução e significação de um espetáculo. Desta maneira, o trabalho com a música foi, e ainda é, uma grande frente de trabalho na composição e no desenvolvimento da peça Diário do Maldito. A vida e a obra do dramaturgo Plínio Marcos foram estudadas de várias maneiras, assim como o universo musical e as paisagens sonoras que acompanham o “personagem” Plínio foram fontes de criação cênica. As músicas que fazem parte do imaginário dos vários mundos ou das diferentes fases que ele percorreu em vida não são simplesmente encaixadas em cena, mas desdobradas, adaptadas e recriadas, compondo e corporificando os personagens que não são especificamente criados por ele, mas que certamente habitam e dialogam com as suas obras. O resultado da criação musical da peça apresenta uma forma de utilização da música bastante diversificada, ora narrando, ora pontuando ou simplesmente acompanhando. A trilha foi trabalhada durante todo o processo criativo e ao final foi lapidada com a entrada dos músicos/criadores. A cada nova apresentação surgem novas idéias e formas diferentes de executar a trilha. Do mesmo jeito que ocorre numa roda de samba, músicos e atores dialogam e improvisam durante o espetáculo, trazendo organicidade para a obra e novas condutas para a sala de ensaio.

Revista EntrelinhaseConcreto

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